A recém-lançada adaptação da Netflix dos quadrinhos premiados de Neil Gaiman está fazendo o maior sucesso, em grande parte graças à incrível precisão de The Sandman e a maneira impressionante como traz personagens queridos para a tela.
Dito isto, existem algumas diferenças importantes entre a história original e a produção que valem a pena conferir.
A história de John Dee
O arco de John Dee nos quadrinhos de Sandman é uma das histórias mais perturbadoras que captura o imenso poder que apenas uma das ferramentas do Sonho (o rubi) possui.
A motivação de John é a grande diferença entre o que acontece na série e nos quadrinhos. Na série, ele afirma que só quer um mundo mais honesto, pois cresceu experimentando como é ser enganado o tempo todo.
Nos quadrinhos, John só quer o caos, a certa altura dizendo que acha que “desmembrará o mundo e então” ele “dançará nos destroços”.
Filho de Roderick Burgess
Na série de TV, Roderick Burgess consegue capturar Sonho e tenta, sem sucesso, negociar com ele, pedindo a ele que devolva seu filho falecido em troca de liberdade.
Enquanto isso, ele maltrata seu filho, Alex, lembrando-o de que ele nunca será suficiente para ele. O confronto final termina com a morte dolorosa de Roderick depois que ele acidentalmente bate a cabeça na prisão de vidro de Sonho.
Nos quadrinhos, Roderick tem apenas um filho, Alex, e promete libertar Sonho se ele lhe der a imortalidade. Ele também morre de causas naturais na velhice sem o confronto dramático com Alex como visto na série.
O sonho de Jed Walker
O sonho de Jed é uma parte importante do show, pois é o que Rose e Sonho usam para localizá-lo. Ele foi cortado do Sonhar por Gault, um pesadelo fugitivo que usa suas habilidades para fugir de Morpheus e manter Jed distraído de sua vida difícil com seus pais adotivos.
Isso é bem diferente dos quadrinhos, já que o Gault que muda de forma na adaptação parece ser uma combinação dos dois pesadelos, Brute e Glob.
Mais importante, são Lyta e Hector que estão presos em um sonho pelos pesadelos, com Lyta perpetuamente grávida e Hector acreditando que ele é um herói.
A Convenção dos Cereais
A história dos Colecionadores é uma das melhores dos quadrinhos e a série consegue dar vida à “Convenção do Cereal” de uma forma bem-humorada, mas perturbadora.
A principal diferença entre os quadrinhos e a série, neste caso, é o fato de que são Rose e sua mãe Miranda (que está viva nos quadrinhos) que vão para o hotel, não Rose e Lyta.
Arco de Johanna Constantine
Além do fato de que a cena em que Johanna Constantine exorciza o noivo de uma princesa não está nos quadrinhos, ela também não é a personagem original que ajuda Sonho. É John Constantine quem ajuda Morpheus em sua tarefa de procurar sua areia.
É legal ver a série usar a personagem de Johanna como um paralelo para Lady Johanna do século XVIII. Essa cena da série se desenrola de forma semelhante à maneira como acontece nos quadrinhos.
A morte de Gregório
Depois que Morpheus finalmente escapa de seus captores mortais na série, ele encontra o caminho de volta ao seu reino e é encontrado por Lucienne na praia.
Ele é obviamente fraco e depois explica que precisa desfazer algo que ele criou para recuperar um pouco de seu poder – isso, infelizmente, acaba sendo uma criatura adorável chamada Gregory, para desaprovação de Caim e Abel.
Nos quadrinhos, o Senhor dos Sonhos não precisa desfazer Gregory, pois ele acorda na casa de Caim e Abel, onde cuidam dele para recuperar a saúde. Eles também fornecem as cartas de comissão que Morpheus criou, que lhe dão a força necessária para convocar as Parcas.
O jogo mais antigo
Quando Sonho visita o Inferno para procurar o demônio que tem seu elmo, ele acaba jogando “o jogo mais antigo” com Lúcifer.
Isso porque o demônio Choronzon escolhe Lúcifer para representá-lo no jogo, o que não acontece nos quadrinhos.
A versão original mostra Choronzon indo contra o próprio Senhor dos Sonhos, com Morpheus usando suas habilidades para derrotá-lo.
Considerando essa mudança e a forma como o show termina, parece que há uma rivalidade entre Lúcifer e Sonho, o que também não acontece nos quadrinhos.
Olhos do Sonho
Uma de suas características mais distintivas de Sonho são seus olhos, que são pretos puros e dizem que parecem conter estrelas ou o próprio cosmos.
Seus irmãos como Morte e Delírio têm olhos de aparência humana quando comparados aos de Sonho.
Outras mudanças em sua aparência incluem seu cabelo visivelmente mais curto e uma pele mais humana.
O período de tempo
Como os quadrinhos foram lançados entre 1989 e 1996, eles refletiam a tecnologia e a cultura daquele período, especialmente para as histórias ambientadas nos tempos modernos.
Faz sentido que o show seja ambientado no presente em vez dos anos 80, o que é óbvio na maneira como retrata gadgets como smartphones.
Existem algumas pequenas referências à tecnologia desatualizada que são diretamente dos quadrinhos, como o enorme telefone da Unity em sua mansão.
O arco de Hob Gadling também o leva de 1400 até os dias atuais, o que é uma ótima maneira de mostrar os diferentes períodos de tempo que Sonho viveu.
O papel do Corinthian
O maior desvio dos quadrinhos é, sem dúvida, o papel maior do Corinthian na série de TV. Nos quadrinhos, o pesadelo é apenas um dos vários archanas que Morpheus rastreia sem gastar muito esforço.
Ele definitivamente não conhece vários personagens principais nos quadrinhos como ele faz na série
Além disso, o Corinthian nunca é forte o suficiente (mesmo com Rose por perto) para ferir Sonho. Morpheus não tem muita dificuldade em desfazê-lo quando confronta o Corinthian na Convenção de Cereais.